INTRODUÇÃO

O consumo de drogas licitas e ilícitas se tornou um serio problema para a sociedade contemporânea. ―Estima-se que entre os anos de 2005 e 2006, aproximadamente 200 milhões de indivíduos tenham consumido drogas ilícitas, correspondendo a quase 5% da população mundial na faixa etária entre 15 e 64 anos.‖ (ANDRADE, 2008, p.01). Ainda, segundo Andrade (2008):

Neste cenário, as drogas mais consumidas são: maconha, anfetaminas, opiáceos e cocaína. Em relação às substancias lícitas, a situação não é menos preocupante: o consumo prejudicial de álcool é responsável por quase 4% de todas as mortes no mundo, sendo a principal causa de morte e invalidez nos países em desenvolvimento que apresentam baixa taxa de mortalidade e o terceiro principal fator de risco para a saúde, após o tabaco e a hipertensão arterial sistêmica, em países em desenvolvimento. (ANDRADE, 2008, p.01).

         O consumo indevido de drogas resulta em diversos problemas ―[…] psicológicos e sociais […] desintegração familiar, depressão, violência e acidentes de trânsito.‖ (ANDRADE, 2008, p.01). Diante de tal quadro, percebe-se a necessidade de ações voltadas para a prevenção, controle e tratamento. (ANDRADE, 2008).

Sabe-se que o consumo dessas substâncias leva à chamada dependência. Isso quer dizer que o usuário, ao se tornar dependente, passa a apresentar:

[…] um conjunto de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos, que evidencia que o indivíduo continua a utilizar uma determinada substância, apesar dos problemas significativos relacionados à mesma — tanto em termos de saúde quanto pessoais e sociais. Sendo assim, existe um padrão de auto administração repetida, o qual geralmente resulta em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo de consumo da droga. (PRATTA; SANTOS, 2009, p.208).

          A droga passa então a ter um papel central na vida da pessoa dependente, visto que, o prazer proporcionado pela(s) substância(s), preenche lacunas importantes essenciais para o funcionamento psíquico. Nesse sentido, a pessoa vivencia um grande sofrimento, tanto físico, quanto psíquico, e sua vida é afetada de forma importante, bem como a vida de seus familiares, amigos e também comunidade. Diante desses fatos, percebe-se que o tratamento do sujeito dependente é uma ação delicada, complexa, que exige a participação de profissionais qualificados, e um método eficiente, que respeite as particularidades desse sujeito. (PRATTA; SANTOS, 2009).

          Assim, nas palavras de Pratta e Santos (2009):

[…] discutir e cuidar da dependência química na atualidade é encará-la dentro do modelo biopsicossocial de saúde, considerando o paciente em sua totalidade, encarando-o como um ser ativo no processo saúde/doença. Assim, segundo Leite (2000) o tratamento da dependência química deve abranger o indivíduo, bem como o impacto e as conseqüências do consumo sobre as diversas áreas da vida do mesmo. (PRATTA; SANTOS, 2009, p. 209).

        Como visto acima, o tratamento da pessoa dependente química deve ser realizado considerando esse sujeito em sua totalidade. Assim como todas as outras pessoas, o dependente químico é um ser humano, e deve ser tratado com respeito. 

Rolar para cima